Gil Pereira realiza debate de alcance internacional sobre oportunidades do hidrogênio verde

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Gil Pereira realiza debate de alcance internacional sobre oportunidades do hidrogênio verde

A Comissão das Energias Renováveis e dos Recursos Hídricos, presidida pelo deputado Gil Pereira, promoveu debate público semipresencial, nesta terça-feira (05/10/21), na Assembleia Legislativa, sobre os potenciais e as exigências para a produção do hidrogênio verde no país e em Minas Gerais, com participação de especialistas, empresários e autoridades do Brasil, da Alemanha, da China e dos Estados Unidos (EUA).

Cultuada há décadas como solução energética inatingível, a tecnologia é estratégica, desafiadora e versátil aposta de vários países na busca por fontes sustentáveis. O foco é a descarbonização da economia, através da substituição dos combustíveis fósseis (petróleo, carvão e gás natural), para garantir a estabilização do aumento da temperatura média global.

Norte de Minas

“Apontado como combustível do futuro, com amplas aplicações no transporte, na indústria, geração elétrica e agricultura (fertilizantes), dentre outros setores, o objetivo é ampliar de modo urgente sua produção com utilização de fontes renováveis e limpas de energia, especialmente a solar e a eólica”, explicou o deputado Gil Pereira, autor do requerimento para realização do evento.

O Norte de Minas detém grande potencial e é o maior gerador dessas energias no Estado, podendo tornar-se fornecedor mundial do H2 verde, portanto 100% limpo, com geração de empregos locais e renda. “A tecnologia desponta como alternativa para geração de energia sem emissão de gás carbônico (CO 2), fazendo parte da nossa incansável luta em favor da sustentabilidade e para o combate ao aquecimento global e à mudança climática”, ressaltou Gil Pereira.

Mário Ferreira Campos Filho (presidente da Associação das Indústrias Sucroenergéticas de Minas Gerais)

Cadeia produtiva

Gerente de Inovação, Energia e Sustentabilidade da Câmara de Comércio e Indústria Brasil-Alemanha, Ansgar Pinkowski, alertou que os países desenvolvidos se comprometeram a descarbonizar suas economias até 2050, mas não têm fontes renováveis de energia suficientes. “Novos países vão produzir e comercializar o hidrogênio verde, o Brasil poderá ser um deles, mas precisa também fazer sua transformação energética”, afirmou ele, citando que até 2030 serão investidos cerca de 140 bilhões de euros em empreendimentos limpos no mundo.

O diretor de Atração de Investimentos do Indi-MG, Ronaldo Barquete, salientou que é preciso mostrar o potencial mineiro ao setor e atrair empresas para a sua cadeia produtiva. “A transversalidade do hidrogênio faz do nosso Estado potencial produtor e consumidor”, argumentou ele, lembrando outros desafios, como regulação e financiamento para os projetos.

Aplicações

O hidrogênio verde é produzido a partir da eletrólise da água, em um processo que ainda é caro. O diretor da D3 Energias Renováveis, José Carvalho Neto, informou que atualmente o custo de produção de um quilo do material é de 3,5 dólares: “Valor que pode ficar abaixo de um dólar em 2050”, estimou ele.

O hidrogênio verde pode ser utilizado como matéria-prima na produção de fertilizantes e para substituir o carvão mineral que abastece as usinas siderúrgicas. Poderá, ainda, ser o combustível de automóveis, ônibus, caminhões pesados, navios e aviões.

Eletricidade

Nos Estados Unidos, as principais aplicações previstas são geração de eletricidade e aquecimento residencial. A especialista em Energias Renováveis da Embaixada dos EUA, Igly Serafim, afirmou que a estratégia adotada no país para o hidrogênio consiste no desenvolvimento de hubs que agregam tecnologia, produção, transporte, armazenamento e utilização do material.

“Los Angeles pretende ser o primeiro deles, a partir de 2025, através de usina em Utah, que substituirá outra movida a carvão mineral e vai armazenar o hidrogênio em cavernas de sal no subsolo”, informou ela.

Programa nacional

O diretor de Desenvolvimento Energético / MME, Carlos Alexandre Príncipe Pires, mostrou algumas das diretrizes e estratégias do Programa Nacional do Hidrogênio, que visa tornar o país potência mundial na tecnologia e na sua produção.

O vice-presidente da ALMG, Antonio Carlos Arantes, defendeu as energias limpas e advertiu que é preciso buscar a diversificação da matriz energética: “Não é mais possível ficarmos dependentes das usinas hidrelétricas”.

O presidente da Fiemg, Flávio Roscoe, ressaltou o potencial do Estado na produção do hidrogênio verde e seu impacto na atividade industrial: “O Norte de Minas e o Vale do Jequitinhonha, regiões com menor desenvolvimento econômico, mas que detêm grande potencial para geração de energia limpa, podem se transformar no futuro nas mais prósperas de MG. A forte irradiação solar já está se tornando o grande ativo econômico nessas áreas, para geração de energia, inclusive, para o mundo, no caso do H2 verde. Para nossa indústria, abre-se leque de oportunidades para fornecimento de tecnologia e equipamentos”, declarou o líder empresarial.

Carta


Ao final do debate, foi lançada a Carta das Minas e Energias Gerais, com os pilares e objetivos para a produção do hidrogênio verde e sua introdução na matriz energética nacional, além de recomendações aos poderes públicos e vantagens competitivas do Estado.

Também participaram: diretor da Siemens Energy Brasil, Andreas Eisfelder; presidente da Associação Brasileira de Armazenamento e Qualidade de Energia (Abaque), Carlos Augusto Brandão; presidente da Aberh e Câmara Brasil- China, Charles Tang; presidente Associação das Indústrias Sucroenergéticas (Siamig), Mário Campos Filho; head de H2 verde da Nexway, Marco Aurélio Gibram; e Ceo da Neuman & Esser Group, Marcelo Veneroso.

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