ALMG: Gil Pereira realizará audiência pública para debater macaúba como combustível do futuro

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A Comissão de Minas e Energia realizará audiência pública, no dia 08/04/25, às 16h, na Assembleia Legislativa, conforme o requerimento 7.141/24, de autoria do seu presidente, deputado Gil Pereira, para debater a utilização da macaúba, planta típica do semiárido e do cerrado, como potencial combustível do futuro.

Palmeira abundante e típica do cerrado, seu coco é valorizado pela versatilidade de aproveitamento econômico, envolvendo comunidades tradicionais e empreendimentos de grande impacto no Estado, especialmente no Norte de Minas.

Palmeira abundante e típica do cerrado, seu coco é valorizado pela versatilidade de aproveitamento econômico, envolvendo comunidades tradicionais e empreendimentos de grande impacto no Estado, especialmente no Norte de Minas

Biocombustíveis

Dentre os principais investimentos previstos no setor mineiro de bioenergia, destaca-se megaprojeto voltado à transição energética global a ser implantado em Minas Gerais e na Bahia.

A iniciativa terá total de R$ 12 bilhões para a produção de Combustível Sustentável de Aviação (SAF) e diesel renovável a partir do coco da macaúba, do qual é possível extrair óleo vegetal para biocombustíveis.

As áreas onde as florestas serão plantadas, em 200 mil hectares, são hoje 100% degradadas e ainda estão sendo selecionadas. O empreendimento bilionário foca em atingir o cultivo comercial da planta em 10 anos e foi apresentado em dezembro de 2024, durante a 28ª COP 28, em Dubai.

Nova Esperança

No distrito de Nova Esperança, em Montes Claros, a empresa Acelen está implantando o Centro de Inovação e Tecnologia Agroindustrial (Cita), com previsão de criar 260 postos de trabalho.

O parque de pesquisas compreenderá um laboratório de produção e germinação de sementes de macaúba, com tecnologia robotizada e célula autônoma de produção, além do emprego de inteligência artificial (IA) e um pré-viveiro com capacidade para produzir até 10 milhões de mudas por ano.

Investimentos

O investimento inicial no Cita é de R$ 125 milhões e a finalização de todas as instalações está prevista para o fim deste ano. O espaço de 15 hectares está sendo construído em uma área total de 138 hectares.

Estudo da Fundação Getúlio Vargas (FGV), divulgado pela Acelen, indica previsão de que, ao todo, sejam movimentados R$ 85 bilhões na economia dos dois estados até 2035. O levantamento também aponta para a geração de mais de 90 mil postos de trabalho diretos e indiretos e redução em 80% das emissões de dióxido de carbono (CO2) por meio da substituição dos combustíveis fósseis

Instituições de pesquisa

Além da Universidade Federal de Viçosa (UFV), mais de 15 instituições de pesquisa estão integradas ao projeto. Em MG, a empresa conta com apoio da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e da Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes). A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) também apoia as operações.

Com espinhos no tronco e nas folhas, a macaúba também recebe o nome de coco de espinho e pode atingir de cinco a 15 metros de altura. O fruto é dividido em quatro partes: casca, polpa, endocarpo (parte dura em volta da semente) e amêndoa. É da polpa que é extraído o óleo empregado na produção de biodiesel e bioquerosene. Já o óleo da amêndoa é mais adequado à fabricação de cosméticos. O endocarpo, por sua vez, pode virar carvão ativado, usado para purificar gases e líquidos.