“O Norte de Minas poderá se transformar em curto período de tempo no maior polo gerador de energia solar fotovoltaica da América Latina”. A projeção foi feita pelo presidente da Comissão de Minas e Energia da Assembleia Legislativa, deputado Gil Pereira (PP), que incentiva a geração e o uso desse tipo de energia limpa e renovável, inclusive com implantação local de toda a sua cadeia produtiva, desde sua gestão como secretário de Estado da Sedinor (Desenvolvimento e Integração do Norte e Nordeste de MG), entre 2011 e 2014.
A Solatio Energia, multinacional espanhola que desenvolve projetos de energia solar, concorre nesta sexta-feira (28) no 1º leilão de energia de reserva 2015 (fonte fotovoltaica) com seu projeto em Pirapora (Norte do Estado) de usina geradora solar – capacidade de 300 MW e previsão de investimento de R$ 1,5 bilhão.
Com capacidade total de 180 megawatts (MW), mais dois empreendimentos solares da empresa no Norte do Estado (municípios de Francisco Sá e Várzea da Palma) obtiveram essa semana licença prévia (LP), junto à Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad).
Em Várzea da Palma, o objetivo da Solatio é montar parque solar fotovoltaico de 3 usinas (30 megawatts cada). Serão também instaladas linhas de transmissão de 900 metros e subestação de energia. A área total ocupada pelo empreendimento será de 270 hectares. Em Francisco Sá, o projeto é semelhante: 3 usinas (30 megawatts cada), 800 metros de linhas de transmissão e subestação compartilhada de energia, com área de manutenção. Nesse caso, o empreendimento ocupará área de 220 hectares.
PIRAPORA
A produção de energia solar em Pirapora, estimada pela empresa, corresponde a quantidade superior à produzida pela Hidrelétrica de Três Marias. Caso seja vitoriosa na concorrência, operacionalizada via internet pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), em São Paulo, a usina funcionará em área de 800 hectares, arrendada na Fazenda Marambaia.
A previsão é de geração entre 4 e 5 mil empregos diretos na montagem da usina até 2017, segundo informou o presidente da Solatio Energia, o economista espanhol, Pedro Vaquer Brunet. Depois, o número de contratados pode chegar a 200 ou 250 pessoas, para manutenção das instalações.
NOVO CICLO INOVADOR
O deputado Gil Pereira destaca que a implantação dessa usina solar poderá inaugurar novo ciclo de forte desenvolvimento no município de Pirapora, assim como em outros do Norte de Minas: “Vamos acompanhar e torcer para que a Solatio seja vencedora no leilão. Com o objetivo de garantir a Pirapora essa oportunidade, auxiliamos os empresários na interlocução junto à Supram, em Montes Claros (Norte), e à Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad), além do Ministério Público e do Indi-MG. O prefeito de Pirapora, Léo Silveira, teve também papel fundamental no processo”, esclareceu o parlamentar, apontando essa sua atuação também em favor dos outros projetos da Solatio que receberam licença prévia (LP) na semana, nos municípios de Francisco Sá e Várzea da Palma.
Gil Pereira revela que a empresa está otimista com as perspectivas de investimentos e a parceria com a fornecedora de painéis solares, a canadense Canadian Solar: “Estamos trabalhando, em parceria com o governo estadual e a prefeitura local, para que os canadenses instalem sua fábrica no Norte de Minas”.
PONTO DE PARTIDA
Em 2013, o deputado Gil Pereira, então secretário de Estado de Desenvolvimento e Integração do Norte e Nordeste de Minas Gerais (Sedinor), esteve em Madri (capital da Espanha), onde apresentou a empresários e representantes governamentais europeus oportunidades de negócios e investimentos nos municípios norte-mineiros. Esse foi o ponto de partida para a implantação da usina solar de Pirapora, além da atual perspectiva de expansão da indústria no Norte do Estado, com a finalidade de criar polo regional do setor, incluindo toda a sua cadeia produtiva.
Pirapora e outros municípios produzirão energia limpa e sustentável, sem fumaça, gases e resíduos, além da redução da possibilidade de conflitos com outros usos múltiplos das águas do Rio São Francisco (abastecimento, indústria, pesca, irrigação, transporte e turismo). “Ao atrairmos outras empresas da cadeia produtiva fotovoltaica, o objetivo estratégico é gerar empregos de qualidade (permanentes) e renda, além de potencializar a arrecadação do poder público”, declarou o deputado Gil Pereira.