Minas Gerais larga na frente rumo à COP 30

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Minas Gerais larga na frente rumo à COP 30

Gil Pereira: “Norte de Minas tem contribuído para a transição energética no Estado com mais de 90% dos investimentos em energia solar fotovoltaica”

O deputado Gil Pereira participou no último dia 14/06/24, na Unimontes, em Montes Claros, do quinto Seminário Técnico Crise Climática em MG: Desafios na Convivência com a Seca e a Chuva Extrema, realizado pela Assembleia Legislativa para buscar soluções capazes de minimizar os impactos das mudanças climáticas.

A etapa regional reuniu pesquisadores, especialistas, representantes da sociedade civil e do setor produtivo, outros parlamentares e lideranças, com objetivo de analisar desafios e diretrizes para políticas públicas de prevenção e convivência com eventos climáticos extremos e seus efeitos.

Relatório estadual

Iniciativa pioneira, foi o espaço para debater a seca no Norte de Minas e nos vales do Jequitinhonha e Mucuri, a desertificação, as tecnologias de acesso à água, as inundações nas grandes cidades, a energia limpa, a adaptação da economia, principalmente a agrícola, e a proteção à população e ao meio ambiente.

O seminário segue ainda para a sétima e última reunião regional, em Unaí (Noroeste), nesta sexta-feira (21/06/24), antes da etapa final, em agosto, em Belo Horizonte. “Relatório estadual será concluído para início de ações no segundo semestre e agenda direcionada à Conferência Climática da ONU – COP 30, em Belém (PA), em 2025”, destacou Gil Pereira, que preside a Comissão de Minas e Energia, da ALMG.

Região é polo de energia solar

Gil Pereira (PSD-MG) ressaltou que, apesar das dificuldades, o Norte de Minas tem contribuído para a transição energética no Estado, respondendo por mais de 90% dos investimentos em energia limpa, especialmente a solar fotovoltaica, essencial à preservação do meio ambiente e fator significativo de economia para o consumidor e o setor produtivo.

“Nos últimos 12 anos, tenho trabalhado incansavelmente para o desenvolvimento da energia solar, limpa e renovável. Por isso, nosso Estado gera atualmente 20% de toda a energia solar do Brasil, com destaque para o Norte de Minas. Resultado da minha luta e das inovadoras leis que aprovamos no Parlamento, MG é líder nacional do setor”, declarou Gil Pereira.

“Nos últimos 12 anos, tenho trabalhado incansavelmente para o desenvolvimento da energia solar, limpa e renovável. Por isso, nosso Estado gera atualmente 20% de toda a energia solar do Brasil, com destaque para o Norte de Minas. Resultado da minha luta e das inovadoras leis que aprovamos no Parlamento, MG é líder nacional do setor”, declarou Gil Pereira

Panorama climatológico

Em apresentação sobre o panorama climatológico da região, o professor Mário Marcos do Espírito Santo, do Departamento de Biologia Geral da Unimontes, advertiu que nos últimos 40 anos o nível dos rios diminuiu 20% por década na região. Houve no período uma queda de 7% no volume de chuvas e um aumento de 18% na seca hidrológica (1979-2016).

A área do clima semiárido do Brasil aumentou, conforme revisão territorial feita neste ano de 2024. A nova extensão mostra que a mesorregião do Norte de Minas,conforme classificação do IBGE, está inteira incluída na área do semiárido,que duplicou em cinco anos. Além disso, muitos municípios já passaram a integrar o clima árido, como é o caso de cidades como Gameleiras, Espinosa e Mamonas.

Os dados integram estudo de professores da USP e do Instituto Federal de Januária, a partir de informações do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) sobre estações climáticas na região.

Elevação da temperatura

Outro estudo citado pelo professor Mário Marcos, feito no Parque Nacional Cavernas do Peruaçu, em Januária, mostrou aumento sem precedentes na temperatura dos últimos 70 anos.

A pesquisa analisou a Caverna da Onça, preservada sem impactos da presença humana, tendo sido nela verificada estabilidade na temperatura até 1950. Porém, desde então, a temperatura na caverna sofreu aumento de 3 graus, confirmando que há tendência de alta, com reflexos maiores quando se considera áreas já ocupadas pelo homem.

“Apesar das variações anuais, a partir de 1950 a temperatura vem aumentando, sendo preciso considerar também o efeito humano na questão. Não há mais tempo para o negacionismo climático, e, no Norte de Minas, isso fica muito claro”, frisou o pesquisador.